A culpa é de quem?
Recentemente o polêmico filme Tropa de Elite abordou a questão, responsabilizando adolescentes consumidores de maconha e cocaína, das classes média e alta do Rio de Janeiro, pela manutenção do tráfico de drogas nas favelas locais.
O consumo consciente vem sendo abordado subliminarmente em diversas expressões culturais.
A idéia básica do consumo consciente é transformar o ato de consumo em uma prática permanente de cidadania. O objetivo de consumo, quando consciente, extrapola o atendimento de necessidades individuais. Leva em conta também seus reflexos na sociedade, economia e meio ambiente.
E os reflexos podem ser positivos ou negativos. Ao comprar produtos de uma empresa que utiliza trabalho escravo, por exemplo, o consumidor financia essa prática abominável. Por outro lado, se comprar alimentos orgânicos ou de comércio justo, contribuirá com setor da economia que não utiliza substâncias tóxicas em sua produção e que não agride o meio ambiente.
Aquela velha prática de “lavar as mãos”, de encontrar um culpado pelas mazelas do mundo, é inválida no consumo consciente. Se algo está errado, todos têm uma parcela de responsabilidade.
A escassez de recursos naturais, nesse sentido, não pode ser atribuída somente às empresas, pois foram os consumidores que financiaram sua exploração.
Por isso, é fundamental estar bem informado sobre os produtos e serviços que serão adquiridos ou contratados. O poder de transformação social está nas mãos dos consumidores, e cabe a eles escolher como fornecedoras empresas éticas, que respeitam os direitos humanos e os limites naturais do planeta.
Os 12 princípios do consumo consciente:
O Instituto Akatu, procurando orientar consumidores, publicou uma cartilha contendo os 12 princípios do consumo consciente. Veja abaixo:
1. Planeje suas compras. Compre menos e melhor;
2. Avalie os impactos de seu consumo no meio ambiente e na sociedade;
3. Consuma só o necessário. Reflita sobre suas reais necessidades e tente viver com menos;
4. Reutilize produtos. Não compre outra vez o que você pode consertar e transformar;
5. Separe seu lixo. Reciclar ajuda a economizar recursos naturais e a gerar empregos;
6. Use crédito com responsabilidade. Pense bem se você poderá pagar as prestações;
7. Informe-se e valorize as práticas de responsabilidade social das empresas;
8. Não compre produtos piratas. Assim você contribui para gerar empregos e combater o crime organizado;
9. Contribua para a melhoria dos produtos e serviços. Envie às empresas sugestões e críticas construtivas;
10. Divulgue o consumo consciente. Levante essa bandeira para amigos e familiares;
11. Cobre dos políticos. Exija ações que viabilizem a prática do consumo consciente;
12. Reflita sobre seus valores. Avalie os princípios que guiam suas escolhas e hábitos de consumo.
Instituto Akatu
Fonte: ComoTudoFunciona